sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Horta suspensa: plantio e colheita ao alcance das mãos


Em uma área de 1, 2 mil metros quadrados, Egidio Pedro Roese, 59 anos, e Vera Lúcia Traslatti, 61 anos, são pioneiros em Westfália, no Vale do Taquari, no cultivo de hortas suspensas.

Nas quatro estufas em que ficam as bandejas de cultivo, um metro do chão, o casal produz rabanete, alface, pimentões e pepino japonês. Mesmo tendo iniciado a horta há apenas meio ano, os primeiros resultados já aparecem. E mais produtores têm demonstrado interesse no sistema

Entre as principais vantagens da produção suspensa está o alto rendimento em pequenos espaços. Como o produtor tem um maior controle da horta, pois a terra usada é um composto, e as quantidades de água e de nutrientes são controladas, a qualidade do produto tende a ser superior do que no cultivo tradicional.

— As vantagens começam pela facilidade de manuseio, já que não é necessário se abaixar para lidar com as plantas — acrescenta Roese.

Com a experiência de ter produzido frutas e hortaliças no nordeste do Brasil, por mais de uma década, utilizando o máximo da terra com o mínimo da água, ele e a mulher voltaram ao Rio Grande do Sul experientes.

Logo começaram a produção utilizando a tecnologia do sistema suspenso e já vendem produtos em supermercados da região.

— Na nossa propriedade no Ceará plantávamos de tudo, sempre de forma controlada, equilibrando o uso da água e o potencial do solo. Agora, voltamos ao Sul e estamos muito otimistas — diz Vera, que já planeja ampliar a horta,plantando melão e morango.

Na propriedade do casal, tudo é ecologicamente correto. Isso inclui desde a madeira de reflorestamento e o plástico reciclável da estrutura até a terra composta, feita de resíduos, e o reaproveitamento da água da chuva, captada com cisternas.

— A perfeita e completa utilização da terra e da água com sua dosagem de nutrientes resulta em um produto de maior qualidade, com uniformidade e ecologicamente correto — resume Roese.


Adaptado, modelo é opção até mesmo para apartamentos
Observado em diferentes partes do mundo,o movimento de pessoas que moram na área urbana e estão resgatando a cultura da subsistência pode ser estimulado com o cultivo suspenso de hortaliças e frutas – até mesmo em sacadas de apartamentos.

Também chamada de horta vertical, a técnica é cada vez mais comum principalmente em áreas populosas, como em Hong Kong ou na Europa.

Nesses casos, as pessoas cultivam em casa pelo prazer de comer produtos mais saborosos e de maior qualidade, além de estarem ao alcance da mão, explica o consultor em produção orgânica Anselmo Kanaan Costa, coordenador da feira ecológica do bairro Menino Deus,na Capital.

A tendência, que vem conquistando adeptos gradativamente, é batizada como a “reconquista da soberania alimentar”.

— As pessoas cultivam o próprio alimento e, às vezes, trocam com o vizinho o que não têm plantado.

É o que acontecia com os nossos avós. Nada inovador, mas é uma nova forma de viver. Conforme Costa,o cultivo pode ser feito até mesmo a partir do reaproveitamento de peças, como garrafas - PET,vasos,pneus ou canos de PVC.

— É preciso apenas um pouco de criatividade e força de vontade para o trabalho — sugere Costa, que tem amigos adotando o sistema inclusive na capital do Estado



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